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Mulheres e futebol: Estamos virando esse jogo ?

· Esporte,São Paulo,Cultura nas Capitais,atividades culturais,Notícias

A Copa do Mundo de Futebol Feminino, que começou em 7 de junho na França, está sendo vista como um marco. É a que vendeu mais ingressos, e mais rapidamente: as entradas para a abertura, as semifinais e as finais esgotaram-se em 48 horas. A estimativa da Fifa é que 1 bilhão de pessoas assistam aos jogos no mundo todo. Um recorde!

No Brasil, é a primeira vez em que todas as partidas da Seleção brasileira de futebol feminino são transmitidas pela TV aberta — inclusive a de maior alcance, a Globo. Nos dois primeiros jogos brasileiro, a audiência da emissora ganhou de goleada da concorrência e de sua própria programação: foram 20 pontos na vitória de 3 a 0 contra as jamaicanas, em 9 de junho (o dobro do registrado na média do horário num domingo) e 23 pontos na derrota por 2 a 3 contra as australianas (44% a mais do que a média do horário nas quintas-feiras), segundo o UOL Esporte. Esperamos que esses resultados ajudem a mídia a acordar para o potencial do futebol feminino.

Mulheres acompanham menos esporte na TV

Entretanto, as pesquisas feitas pela JLeiva apontam que as mulheres assistem menos a esportes na TV, futebol inclusive. No levantamento Cultura nas Capitais, que em 2017 ouviu 10.630 moradores de 12 dos municípios mais populosos do Brasil, uma das primeiras perguntas indagava o que o entrevistado mais faz em seu tempo livre. A resposta era aberta — a pessoa poderia mencionar o que quisesse. O percentual de homens que diz que vê esportes na TV é de 2%; o de mulheres, 0,16%.

Em um trabalho que fizemos em 2016 na capital paulista com foco exclusivo em esportes e atividades físicas, Hábitos Esportivos na Cidade de São Paulo, 70% dos homens afirmaram que acompanham futebol pela mídia; entre as mulheres, a porcentagem é quase a metade.

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Elas praticam menos futebol

A mesma pesquisa na cidade de São Paulo evidenciou que, quando se fala em prática esportiva, a distância é ainda maior. A proporção de homens que jogam futebol é seis vezes a de mulheres.

 

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Mas elas jogam muito!

Os dados sugerem, portanto, predominância masculina no futebol (como público e como praticante).

O que é fácil mostrar é que, quando as mulheres se interessam, tendem a fazê-lo com afinco. A parcela das que praticam futebol é menor, mas as que praticam são, frequentemente, mais assíduas: 29% delas jogam pelo menos três dias por semana, contra 19% entre os homens, segundo a pesquisa da JLeiva em São Paulo. No entanto, na outra ponta (quem joga menos de uma vez por mês), elas também superam os esportistas do sexo masculino.

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As mulheres que jogam têm qualidade de sobra! Nesta Copa do Mundo estão em campo quem fez mais gols na história da Seleção (Marta, com 117, mais que o artilheiro entre os homens, Pelé, com 95, também escolhida como melhor futebolista do mundo por seis vezes, um recorde entre mulheres e homens!) e quem mais participou de Copas (Formiga, sete vezes, contra quatro de Pelé, Djalma Santos e Cafu).