O teatro tem potencial de mais do que dobrar seu público nas metrópoles brasileiras, indica a pesquisa JLeiva Cultura nas Capitais, que abrangeu 12 das maiores cidades do país. Nesses locais, 31% das pessoas foram ao teatro ao menos uma vez em 12 meses; 34% não foram, mas disseram ter grande interesse em ir.
O levantamento ouviu 10.630 pessoas de 12 anos ou mais em Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, em junho e julho do ano passado. Trata-se do maior trabalho desse tipo já realizado no Brasil.
Em um dos núcleos centrais da pesquisa, apresenta-se ao entrevistado um conjunto de atividades e pergunta-se se ele foi ou não a cada uma delas nos 12 meses anteriores. É nessa resposta que 31% disseram ter assistido a pelo menos uma apresentação de teatro, stand-up ou musical. Essa é a porcentagem da média das 12 capitais – o número varia de 41%, em Belo Horizonte, a 23%, em Manaus.
Em comparação com o total dos entrevistados, o público é mais escolarizado (43% têm ensino superior), de maior renda (55% são das classes A ou B) e mais novo (54% tem menos de 35 anos).
A pesquisa também pergunta qual é, numa escala de 0 a 10, o grau de interesse em ir a cada uma das atividades. Notas 8 a 10 foram classificadas como alto interesse. Entre os que não foram a teatro, stand-up ou musicais nos 12 meses anteriores ao levantamento, 34% deram nota dentro desse intervalo para seu desejo de ter acesso a essas atividades. É o que o estudo chama de público potencial.
O perfil dessas pessoas é um tanto diferente do primeiro. Predominam entrevistados com ensino médio (52%), da classe C (51%) e mulheres (60%). E 52% têm ao menos 35 anos.
E, se tem grande interesse em ir, por que esse grupo não vai ao teatro? A própria pesquisa dá algumas pistas. Foram mais de 30 as barreiras citadas pelo público potencial. As principais são razões econômicas (35%) e falta de tempo (32%). Mas também aparecem respostas como não gosto (16%), não tem perto de casa (8%) e falta de companhia (5%).