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Por que a cultura deve comemorar – muito – o Dia do Professor

· Cultura

Nesta terça (15/10) comemora-se o Dia do Professor, e a área de cultura tem todas as razões para celebrar junto. Não só os profissionais da educação (docentes incluídos, claro) vão mais a atividades culturais como, de certo modo, são responsáveis por seu público – os alunos –também ir mais. As duas tendências ficam claras nas pesquisas da JLeiva.

Quem ensina vai mais

Em nosso levantamento mais recente, Cultura nas Capitais, feito em 2017 em 12 dos municípios mais populosos do Brasil, identificamos quais entrevistados exerciam funções na área da educação: eram 13%. E, em média, o acesso deles às práticas pesquisadas é maior do que na população em geral. O percentual de educadores que foram ao menos uma vez a teatro e museus nos 12 meses anteriores, por exemplo, era 20 pontos superior. Só não há diferença na proporção dos que jogam videogame.

A pesquisa não pedia para o entrevistado especificar o que faz na área de educação. Então, certamente as respostas incluem outras profissões além de professor, como as funções administrativas.

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Quem estuda mais vai mais

A JLeiva faz pesquisas de hábitos culturais desde 2010. Foram cinco desde então. Em todos os casos ficou evidente que, quanto maior a escolaridade, maior o acesso à programação artística. Em geral, quem cursou até o ensino superior vai mais a essas atividades do que quem cursou até o médio, que, por sua vez, vai mais do quem cursou até o fundamental. No levantamento em 12 capitais, as diferenças mais acentuadas foram registradas em museus, teatro e concertos.

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Um dos capítulos do livro feito a partir da pesquisa debruça-se mais detidamente sobre influência da educação. O autor de um dos textos, o jornalista Fabio Takahashi, destaca que “excursões escolares a equipamentos culturais já são importante porta de entrada de crianças e adolescentes ao mundo cultural”. E sugere: “Ampliar e diversificar essas atividades significaria aumentar o repertório cultural dos estudantes e caminhar para o que se vislumbra como a educação do futuro: um ensino que extrapole as salas de aula, que aproveite todos os espaços e recursos possíveis. E que, em última instância, deixe a educação mais atraente.”

A partir de cálculos usando regressão estatística, o livro aponta que a educação tem um efeito mais importante do que, por exemplo, a classe econômica. “Subir um nível na escala educacional aumenta o acesso a diferentes tipos de manifestações culturais duas vezes mais do que subir um nível na escala de classe econômica.”