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Pesquisa inédita aponta os hábitos culturais dos moradores de Manaus

Um em cada quatro habitantes da capital amazonense vai a festas do boi

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Palacete Provincial (Crédito: Prefeitura de Manaus)

A leitura de livros – respondida por 63% dos entrevistados – e a ida ao cinema (62%) são as atividades culturais mais praticadas pelos moradores de Manaus. Em seguida, vem a ida a festas populares – como festas juninas, folclóricas e carnaval –, frequentada por 40% da população local. É o que revela a pesquisa Cultura nas Capitais, da JLeiva Cultura & Esporte.

Os dados serão detalhados em seminário na próxima segunda (20 de agosto), das 9h às 13h30, no Palacete Provincial. Para participar, baste se inscrever neste endereço: https://bit.ly/2ANqK2B. A inscrição é gratuita. Ao final do evento, será distribuído o livro Cultura nas Capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte,

A pesquisa apresenta um detalhamento inédito sobre a relação da população de 12 capitais brasileiras – Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo – com a cultura de sua cidade.

Cultura nas Capitais é uma realização da JLeiva Cultura & Esporte, responsável pela concepção do estudo e análise dos dados; com participação do Datafolha, que esteve a cargo da montagem da amostra, levantamento de campo e processamento das informações. A apuração ouviu 606 moradores da capital amazonense, de 14 de junho a 27 de julho de 2017, a respeito de suas práticas culturais ao longo dos 12 meses anteriores.

Entre os eventos e danças populares, destacam-se as festas do boi, que, juntas, somam 17% - se for somado o Festival de Parintins, o índice chega a 27%. Destes, a mais citada foi a festa do boi-bumbá (11%). O carnaval também foi lembrado por faixa expressiva dos moradores: 12%.

Na análise geral do estudo, a capital amazonense obteve um dos piores índices de participação em quase todas as atividades culturais. É, por exemplo, a que menos frequenta shows (37%, nove pontos abaixo da média geral) e teatros (23%, oito pontos a menos que média); a segunda que menos vai a bibliotecas e a terceira que menos vai a museus. Por outro lado, é a terceira em que mais se joga videogame.

A dependência de eventos gratuitos para frequência em eventos culturais, respondida por 45% dos entrevistados, foi outro fator sobre a população local apontado pela pesquisa. É a segunda capital com maior índice neste quesito, atrás apenas de Fortaleza.

Espaços mais frequentados

Outro tópico abordado pelo estudo foram os espaços culturais mais conhecidos e frequentados. O Teatro Amazonas é o ponto mais conhecido pela população local (99% afirmaram conhecê-lo). No entanto, é o segundo em frequência (70%), atrás do Anfiteatro da Ponta Negra (81%). Também foram mencionados, em ordem regressiva: o Bosque da Ciência (62%), o Centro Cultural dos Povos da Amazônia (58%), o Museu da Amazônia (29%), o Palacete Provincial (24%) e o Museu do Seringal Vila Paraíso (8%).

Metodologia

A pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte ouviu 10.630 pessoas com idade a partir de 12 anos, entre os dias 14 de junho e 27 de julho de 2017. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo. O questionário, com 55 perguntas, traçou um panorama dos hábitos culturais dos moradores de 12 capitais brasileiras, apontando as atividades mais e menos praticadas.

O estudo procura entender como algumas variáveis demográficas, sociais, econômicas e comportamentais (sexo, idade, escolaridade, renda, estado conjugal, presença de filhos, cor e religião) influenciam a vida cultural da população, aproximando ou afastando os moradores do cinema, do teatro, do circo, de shows de música e de outras atividades culturais. A pesquisa também explora a forma pela qual o brasileiro se relaciona com o audiovisual, as artes cênicas, as artes visuais e a música. Além de perguntas sobre as motivações e barreiras que aproximam e afastam as pessoas de algumas atividades, o estudo também traz questões que avaliam o impacto das novas tecnologias e a forma pela qual a população escolhe as suas atividades culturais.

Para melhor interpretar os resultados, a JLeiva Cultura & Esporte analisou as respostas utilizando um modelo de regressão – equações que estimam as relações entre as variáveis de uma pesquisa. O objetivo foi compreender com mais precisão o impacto de cada característica dos respondentes (como sexo, idade e religião) na frequência às atividades culturais. Com essa metodologia, conseguiu-se uma abordagem inédita sobre acesso à cultura no Brasil.

No conjunto das 12 capitais, a margem de erro da pesquisa é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos. Nos resultados de cada município, a margem varia de 2 a 4 pontos.